Janeiro 01, 2017
Em 2017, motivada pela vontade de dar a conhecer novos talentos na Arte, a nova administração da Livraria Lello decidiu transformar as suas montras em plataformas artísticas multidisciplinares, que confiou à curadoria do Bairro dos Livros. O objetivo foi acolher a inspiração de artistas plásticos nacionais e internacionais para que as montras da Livraria Lello fossem palco da sua intervenção, em diálogo com o imenso património arquitetónico e histórico do edifício e tendo como público os seus visitantes de todo o mundo.
Sobre o projeto:
Após a mostra dos glamorosos coordenados inspirados na azulejaria e na porcelana portuguesas da jovem dupla de estilistas Storytailors, designers de moda cujo trabalho é assumidamente de referência literária, as montras da livraria acolheram as longas obras de madeira do português Paulo Neves. As peças da exposição intitulada Candelabro configuraram a expressão de uma nova fase do escultor, remetendo para a livraria enquanto espaço de iluminação e transcendência através dos livros.
O coletivo do Porto Openfield Project expôs Fragmentos nas montras da Livraria Lello, uma instalação de luz inspirada na obra poética de Sophia de Mello Breyner, que cruzou as referências ao mar da poeta com a luminosidade dos seus versos, transportando o público para a sombra de uma árvore da antiga casa da autora no Jardim Botânico do Porto.
A exposição Plant Life, da artista holandesa Vera van Wolferen, foi criada propositadamente para o espaço da livraria, a partir de um universo de caixas, casas e plantas e delicadas esculturas feitas de papel, com minúsculos pormenores, que convidam ao olhar atento e mais demorado dos visitantes. Uma das peças principais foi a de um livro onde estava escrito um poema em que as letras desenhadas saíam fisicamente das páginas, com a precisão de um bisturi – uma referência aos preciosos livros da centenária Livraria Lello.
Graças às suas formas femininas e volumetrias de papel luminoso, a dupla franco-canadiana Papiers à Être, de Sophie Mouton-Perrat e Frédéric Guibrunet, foi responsável por outra das montras artísticas da livraria. As graciosas meninas encantadas, feitas em papel artesanal, com que os Papiers à Être têm corrido o mundo, deliciaram o olhar dos visitantes com o seu universo invernal e aura poética.
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Clipping:
DN, 31/08/2017: https://www.dn.pt/artes/interior/montras-da-livraria-lello-recebem-esculturas-magicas-de-papel-e-luz-8738432.html